quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Situação real do Brasil em 10/2010


Ao contrário de tudo o que se diz hoje no Brasil, nossa situação econômica ainda não é a 8ª maravilha do mundo. Basta visualizar os números mais recentes divulgados pela Bloomberg, comparando a nossa economia com a de outros países, inclusive com os que se encontram na mais profunda crise no ocidente.



Brasil comparado com outros 12 países em: juros nominais, inflação, juros reais, evolução do PIB, desempenho das bolsas e múltiplo de negociação das ações.

Queda de 20% coloca bolsa brasileira entre as de pior desempenho em 2011 – atrás apenas de Grécia e Portugal.

Na comparação com as bolsas de outros 12 países relevantes no contexto internacional (descritos no quadro abaixo), o Ibovespa, principal indicador do desempenho do mercado acionário brasileiro, apresenta um dos piores desempenhos em 2011.

A queda de 20,3% (em moeda local) do indicador o coloca à frente apenas das bolsas de Portugal (-21,0%) e Grécia (-44,7%) no período - dois países que, juntamente com Espanha e Itália passam por um período de forte crise na Europa no momento.

Conforme o quadro abaixo, que reúne estas e outras informações, percebe-se que o Brasil pratica a maior taxa de juros dentre os países da amostra, que a inflação no país é a 2ª maior o grupo (atrás da Índia) e que a expansão do PIB mostrou-se inferior à dos países do BRIC – ao mesmo tempo, as ações brasileiras estão entre as mais baratas na comparação com as demais.






Mesmo com uma das maiores taxas de inflação, taxas de juro nominal e real do Brasil são as maiores do mundo.

O quadro acima também evidencia uma situação bastante adversa da economia brasileira: a de praticar as maiores taxas de juros do mundo. Os atuais 11,5%aa da taxa Selic mostram-se não só muito superiores aos percentuais praticados nos países desenvolvidos, como também são elevados na comparação com outras economias em desenvolvimento – no chamado grupo dos BRICs, as taxas praticadas na Rússia (8,3%aa), Índia (7,5%aa), e China (6,6%aa) são muito inferiores à da Selic brasileira (11,5%aa). Se considerarmos os números da inflação ao consumidor em cada país, veremos que a inflação dos últimos 12 meses mostrou-se superior às atuais taxas de juro em praticamente todos os países da comparação, levando a uma situação de taxas de juros reais negativas – apenas Brasil, Rússia e China registraram taxas de juros reais positivas.

A prática de juros nominais e reais muito elevados certamente contribui para o desempenho negativo do mercado acionário brasileiro, não apenas em 2011, mas ao longo do tempo. Com uma remuneração “livre de riscos” proporcionada pelo Governo tão elevada, os brasileiros tem menos incentivos que os demais povos para alocar parte do seu patrimônio em alternativas de maior risco, capazes de proporcionar maior retorno – como o mercado acionário.



Evolução do PIB brasileiro mostra-se superior ao dos países em crise, mas é bastante inferior à dos demais BRICs.

A expansão de 3,1% do PIB brasileiro nos últimos 12 meses não pode ser considerada ruim, seja na comparação com o histórico do país ou com os dados apresentados ao redor do mundo. Em muitas regiões do mundo os efeitos da crise iniciada em 2008 permanecem presentes, afetando o desempenho das economias. Países como os EUA não conseguiram manter um ritmo consistente de recuperação de sua economia desde então, e apesar de sinalizarem retomada do nível de atividade, ainda enfrentam dados adversos de desemprego, no setor imobiliário e na confiança dos consumidores. Na Europa a situação mostra-se mais difícil, pois além de baixos crescimentos nas diferentes economias da região (exceção da Alemanha), houve um forte crescimento dos riscos financeiros, motivados por indicadores desfavoráveis que apontam grande endividamento de alguns países, além de significativos déficits nos orçamentos – em outras palavras, Governos de países como Grécia, Portugal, Itália e Espanha estão bastante endividados, e em seus orçamentos os gastos permanecem muito superiores às arrecadações.

Contudo, a realidade brasileira mostra que, apesar do país crescer em ritmo superior ao dos países desenvolvidos, a evolução do PIB tem sido bem inferior ao dos demais países em desenvolvimento – os 3,1% do Brasil nos últimos 12 meses está atrás do ritmo de China (9,1%), Índia (7,7%) e Rússia (3,4%).

Fonte:
www.gerafuturo.com.br 

Abçs, 
Cátia Ereno

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Uma outra perspectiva sobre a competitividade


* Hoje estava planejando escrever um novo artigo, pois já há um tempo que não atualizo o blog. Fiquei pensando no assunto: redução da taxa Selic nesta semana ou a dúvida que paira no ar sobre a autonomia do Banco Central em relação ao Governo ou... Bem, eu estava buscando um assunto e foi o assunto que me encontrou. Às 18:10h de hoje fui informada de uma palestra em um centro de eventos em frente à minha casa, que seria às 18:30h. E, assim, o assunto me encontrou.
Peço desculpas pela demora em escrever. Poderia culpar o tempo e realmente o meu tempo está quase totalmente focado. Espero que possa manter uma regularidade mais eficaz. :-) Vamos ao “assunto”...
Obs: Hoje, vou me permitir usar a primeira pessoa. Vou tentar não fazer isso com freqüência. :-)
__________

18:30h, ou, como não poderia deixar de ser no nosso país, 19:10h...
O palestrante foi o professor Ivan Carlos Polidoro, que já lecionou na Universidade de Caxias do Sul e hoje trabalha exclusivamente com consultoria empresarial.
Palestra: Mercado em transformação: ou planeja, ou desaparece.
Algo que toda pessoa que teve algum contato com o curso de Administração conhece são os 4 Ps do Marketing:
Sobre eles incidem ambientes externos, como o Competitivo, o Legal, o Econômico, Sociocultural, Político, etc.
Muitas vezes, pela falta de parar e refletir com profundidade sobre cada um desses pontos internos e externos, o sucesso de uma empresa pode ficar fora do controle de seus diretores e administradores de uma forma mais efetiva do que se imagina.
Dentre os exemplos citados, um dentre eles achei muito interessante, não pela novidade, mas pelo outro ponto de vista sobre a mesma situação (como é bom ter uma outra visão e poder enxergar novas “paisagens” com estes outros olhos!).
Enfim, no ponto Ambiente Externo Competitivo, o que sabemos de forma superficial é que produtos iguais ou similares sofrem uma grande pressão no mercado, pressões estas sobre a qualidade, o preço, acesso, agressividade nas vendas, etc. Isso é um tanto quanto básico e toda empresa tomadora que disputa o mercado de um mesmo produto vive sob essas pressões. As operadoras de telefonia móvel, por exemplo.
Porém, algo que não é tão claro em um primeiro momento, mas que faz todo o sentido, é que a concorrência não se restringe a um produto ou a um mercado fechado. Já não é de hoje que a competitividade também expandiu suas fronteiras. Gramado sofre com a concorrente temporada de inverno na Argentina, ou quando os pacotes turísticos para estações de esqui nos EUA estão em oferta ou mesmo com qualquer outro destino no mundo de mesma faixa de valor.
A diferença que eu pude ver com os olhos do professor Ivan é de que não só produtos similares competem entre si.
Exemplos:
1) Quem “matou” o relógio?
O celular.
Qual a relação direta entre relógio e celular? A princípio, nenhuma. Relógio mostra as horas. Celular é um telefone. Mas o fato é que o celular matou o relógio! Eu usei relógio até a minha adolescência. Usá-lo novamente nem passa pela minha mente, hoje.
2) Em um aniversário, posso escolher dar um livro ou uma deliciosa caixa de chocolates.
Qual a relação direta entre livro e chocolate? Nenhuma. Livro se lê. Chocolate se come. Um é perecível, o outro, não. Porém, nesse momento, eles concorrem diretamente.
3) Quando o filho do professor completou 18 anos, ele ficou em dúvida entre lhe dar um carro ou uma previdência privada. Há concorrência direta entre um carro, que é um consumo imediato e uma previdência que é para uso em 30 anos? Sim e não. Depende.
Essa é uma interpretação interessante e precisamos considerá-la.
Neste mercado cheio de produtos e serviços, sempre que uma pessoa opta entre duas ou mais possibilidades, incorre em um custo de oportunidade e este custo de oportunidade é infinito dentro de uma mesma faixa de valor (valor no sentido de preço).
O que podemos adquirir de R$ 0 a R$ 100,00? E de R$ 100,00 a R$ 1.000,00? E de R$ 1.000,00 a R$ 50.000,00?
A resposta em termos de oferta é: infinito, incalculável. A oferta de produtos, o desejo ou a necessidade de consumo: infinitos, incalculáveis. Finita, nesta perspectiva, é só a capacidade dos recursos, de quem produz e de quem consome.
O professor citou muitas vezes pensamentos de Peter Drucker e é com uma reflexão dele que encerro estes comentários.
“Na ‘Nova Economia’ o conhecimento é fator essencial do processo de produção e geração de riqueza. O fator de produção decisivo não é mais nem o capital, nem o trabalho. O conhecimento é o novo fator de produção.”
- Peter Drucker -

Abçs,

Cátia Ereno

sábado, 18 de junho de 2011

Uma breve introdução ao Copom

O Comitê de Política Monetária (Copom) é um órgão pertencente ao Banco Central, criado em 1996. O Copom tem por objetivos efetivos:
1) Estabelecer as diretrizes da política monetária;
2) Definir a taxa de juros.

O Copom foi inspirado no sistema já adotado pelo FED, o Banco Central norte-americano, estabelecendo um ritual adequado para tomada de decisões, com periodicidade e maior transparência ao processo.

Entre as práticas adotadas, uma das mais importantes e vigente até o momento foi o estabelecimento das metas para a inflação, sendo, portanto, a diretriz da política monetária, sistemática iniciada durante o Governo FHC, em 1999.

As decisões são tomadas durante reuniões que acontecem a cada 45 dias, sendo 08 reuniões anuais. Cada reunião acontece durante dois dias.
                1º dia – terça-feira) Neste primeiro dia de reunião, os chefes de departamentos e o gerente-executivo apresentam uma análise da conjuntura doméstica, reportando os principais dados estatísticos macroeconômicos;
                2º dia – quarta-feira) Participam do segundo dia de reunião os membros do Comitê, chefe do Departamento de Estudos e Pesquisas e os diretores de Política Monetária e de Política Econômica. Após análise dos números apresentados no dia anterior, apresentam alternativas para a taxa de juros de curto prazo e fazem suas recomendações acerca da política monetária. Os demais membros do Copom acrescentam, então, suas ponderações. Segue-se, assim, a votação das propostas. A decisão final sobre a taxa Selic é imediatamente divulgada à imprensa.

Todas as atas em português destas reuniões são divulgadas 6 dias úteis posteriores, portanto, na quinta-feira pela manhã da semana seguinte à reunião, tanto na página do Banco Central quanto para a imprensa. A ata em inglês é divulgada 24 horas depois da divulgação da ata em português.

A mais recente reunião do Copom aconteceu nos dias 7 e 8 de junho de 2011, a qual decidiu por um aumento de 0,25% na taxa SELIC (taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia), que é a taxa referencial de juros da economia brasileira, com vistas ao controle da inflação. Para quem quiser conhecer o histórico da taxa de juros (Selic) desde 1996, o link é: http://www.bcb.gov.br/?COPOMJUROS. Como o Copom foi criado no governo FHC, em 1996, não temos neste organismo as estatísticas dos anos precedentes, o quer seria interessante em uma comparação, considerando que antes de 1994 essa taxa de juros chegava a quatro dígitos anuais.

No site do Banco Central do Brasil (www.bcb.gov.br) podem ser encontradas mais informações sobre o órgão e as estatísticas econômicas, com suas respectivas análises, produzidas e divulgadas durante as reuniões do órgão.

Bom final de semana!!!
Abçs,

Cátia Ereno

Fontes:
http://www.bcb.gov.br/?COPOMHIST
http://www.bcb.gov.br/?COPOMJUROS
http://www.bcb.gov.br/?COPOM15

sexta-feira, 20 de maio de 2011

O recente choque moral no FMI


Nos últimos dias o mundo tem se perguntado qual o rumo que tomará o FMI após o (não primeiro, nem segundo, mas só o mais recente) escândalo sexual envolvendo o diretor-gerente francês do órgão, Dominique Strauss-Kahn.

O impacto desse escândalo ainda não se pode mensurar, pois acontece exatamente em um momento histórico em que os países emergentes, especialmente, pressionam por mudanças na gestão do Fundo, o qual não foi capaz de detectar a iminência da crise econômica mundial de 2008.

Strauss-Kahn, visto de uma perspectiva profissional, é conhecido como um homem espetacular, que reestruturou todos os departamentos do Fundo de forma profissionalizada. E não é, simplesmente, de uma forma amadora ou política que o faz, mas baseado em todo um investimento intelectual que fez em si durante sua vida.

Ele nasceu em Paris, viveu seus primeiros anos no Marrocos e retornou a Paris na adolescência, onde cursou Economia e Direito. Também em Paris desenvolveu seu doutorado em Economia. No início de sua carreira, trabalhou na área acadêmica, em conjunto com sua carreira política. Foi, também, Ministro da Indústria da França (1991-1993) e Ministro das Finanças (1997-1999). Desde 2007, exerce o cargo de diretor-gerente do FMI.

Em 2007, faria oposição a Sarkozy, nas eleições presidenciais, pelo partido EFE, porém o partido nomeou Ségolène Royal para a candidatura, o qual foi derrotado. Pretender-se-ia que Strauss-Kahn se candidatasse nas próximas eleições presidenciais, com forte apoio popular, frente ao opositor Sarkozy. Esse apoio popular é tão forte, que há rumores entre a população e também entre os franceses que são ligados ao FMI, de que este fato ocorrido nesta semana nada mais é do que um jogo político, para enfraquecer a imagem de Strauss-Kahn, em função de sua possível candidatura à presidência.

Profissionalmente, não é fácil encontrar críticas quando à sua atuação. Por outro lado, um homem político precisa manter uma vida honrada, pois isso denota toda a sua personalidade, a qual é inseparável do todo. Há quem diga que o atual escândalo teve o seu propósito, por ser a França ainda um país muito machista, preconceituoso e que minimiza(va) as violências sofridas pelas mulheres.

Recai, nessa questão, a competitividade entre dois pontos de vista: 1º) os que defendem o respeito integral à vida privada e 2º) os que defendem que uma pessoa pública torna seus próprios assuntos, mesmo os pessoais, de interesse público, pois ela representa todos os que depositam nela sua confiança e as quais pagam, de forma direta ou indireta, seus salários, subsídios, etc.

Por falar em salários, subsídios, etc, uma informação interessante é que, devido ao contrato firmado em 2007, a partir de agora, com sua renúncia, Strauss-Kahn passará a receber uma pensão, a qual é vitalícia, no valor estimado de US$ 252.000 anuais, além da indenização de US$ 250.000 por sua saída do cargo.

Este assunto está recém no seu início e vamos esperar para ver as próximas cenas deste caso.

Abçs,

Cátia Ereno


Fontes:
http://g1.globo.com/platb/thaisheredia/
http://noticias.terra.com.br/interna
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias

domingo, 1 de maio de 2011

Livros - Onde comprar?


Oi, pessoal!!!

Quero passar para vocês uma fonte de sebos. Na verdade, é como um Buscapé, mas que só busca seb
os:

http://www.estantevirtual.com.br/

Comprei um livro hoje em SP por R$ 2,50 em um destes sebos e é bem bom, usado, mas inteirinho. Vale a pena pesquisar, pois teremos vários livros para estudar.

Um abraço!!!

Cátia Ereno

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Uma reflexão mais profunda sobre o impacto do nosso consumo..




Hoje, a “escrita” vai ser curta, pois o vídeo é auto-explicativo. :-)

Há, ainda, muitos que questionam o porquê de se estudar, de se preocupar, de pensar tanto... Acredito que uma das razões é a de criarmos modos de vida, de produção e de consumo mais sustentáveis do que a que temos hoje.

Um bom vídeo!

Abçs,

Cátia Ereno

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Hoje, BRIC se torna BRICS


Vivenciamos, hoje, um dia histórico, especialmente, para a África do Sul. A partir de hoje, 14/04/2011, a África do Sul passa a integrar o grupo dos BRIC, agora chamado BRICS (Brasil - Rússia - Índia - China  - África do Sul). O termo BRIC foi criado, em 2001, pelo banco de investimento Goldman Sachs, referindo-se às quatro maiores economias emergentes. O grupo conta, hoje, com mais de 40% da população e representa 18% do PIB, em nível mundial.

O ingresso da África do Sul foi anunciado durante a III Cúpula do BRIC, onde estão presentes as lideranças do Poder Executivo de cada país integrante do grupo, na cidade de Sanya, China. Com a chegada da África do Sul, o grupo se expande geograficamente e politicamente, ganhando mais força, especialmente junto ao Conselho de Segurança da ONU, onde os cinco são membros rotativos.

A África do Sul é um país que vive, basicamente, de suas exportações e cujas principais indústrias e produtos são: a mineração, montagem de automóveis, metalurgia, máquinas têxteis, ferro, aço, fertilizantes, alimentos, produtos químicos e reparo de navios. No continente africano, o país é o principal pólo de desenvolvimento. No entanto, graves problemas ainda permanecem vivos no país, como, por exemplo, a taxa de desemprego, que se encontra, há anos, acima dos 20% e a permanência, ainda que não declarada, de um informal separatismo racial.

Principais assuntos debatidos no encontro:

1) Reforma financeira e monetária - A crise financeira internacional expôs a deficiência das atuais políticas monetárias e financeiras predominantes. Os BRICS defendem uma maior participação das economias emergentes no FMI e no Banco Mundial. Enquanto isso, eles firmaram, hoje, linhas de crédito mútuas entre os seus Bancos de Desenvolvimento, e em suas moedas locais, não em dólar.

2) Reforma na ONU - Com relação à ONU, especialmente, quando ao Conselho de Segurança, os 5 países que compõem o BRICS fazem parte do mesmo, como membros rotativos. Todos estes países insistem para a reforma da ONU, assinalando que não é mais possível continuar com o gerenciamento de questões importantes para o mundo agora no século XXI, tendo como base uma formatação definida há mais de 60 anos, no pós-guerra.

3) Controle dos preços das commodities – A iniciativa de colocar este tema na reunião foi da China, que é a maior importadora de produtos primários do mundo. O Brasil se opõe frontalmente a este controle, por ser um dos maiores exportadores deste tipo de produto. Esse tema será ainda tratado na próxima semana, em reunião do G-20.

4) Conflitos internacionais – O grupo é contrário ao uso de força na solução dos atuais conflitos existentes no Oriente Médio e Norte e Oeste da África. Assim como em outras situações, Hu Jintao defendeu que os assuntos internos de um país devem ser tratados por ele próprio e que os assuntos internacionais devem ser debatidos coletivamente, considerando a posição de todos. Isso se demonstrou nos ataques à Líbia, quando todos os países do BRIC se abstiveram na votação que deram início aos ataques.

Obs: Quem quiser aprofundar-se sobre o assunto, pode verificar a íntegra do documento “Declaração de Sanya”, resultante da reunião de hoje, no link: http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/notas-a-imprensa/declaracao-de-sanya-2013-reuniao-de-lideres-do-brics-sanya-china-14-de-abril-de-2011

Fontes:
www.jornaldenegocios.pt
www.folha.uol.com.br
www.dci.com.br
www.oglobo.globo.com
www.estadao.com.br

Abçs,
Cátia Ereno

terça-feira, 12 de abril de 2011

Entendendo a viagem de Dilma à China



Ontem, segunda-feira, 11/04, Dilma chegou à China, em sua primeira visita oficial à Ásia. O principal objetivo desta visita é incrementar a relação comercial entre o Brasil e a China. A China é, hoje, o maior parceiro comercial do Brasil, com intercâmbio de US$ 56 bilhões, em 2010, um crescimento de 52,7% em relação à 2009, segundo dados da Revista Época. O saldo comercial deste intercâmbio, em 2010, foi superavitário ao Brasil em US$ 5 bilhões.

A China demanda por minério de ferro e soja, enquanto nos exporta produtos industrializados baratos. Isso é, de certa forma, preocupante, pois os produtos exportados são primários, com pouco valor agregado e que geram poucos empregos no Brasil e o que se importa são produtos industrializados, com médio ou alto valor agregado e que geram milhares de empregos. O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, afirmou ontem em Pequim a sua preocupação com o nível de exportações de produtos primários e importação de produtos manufaturados e apresentou números que comprovam este desequilíbrio: enquanto o Brasil importa produtos cujo preço médio por tonelada é de US$ 3 mil, exporta a tonelada de seus produtos a US$ 163.

A China também tem a seu favor a guerra cambial, fazendo com que sua moeda permaneça (artificialmente) barata, favorecendo as exportações de seus produtos industrializados, o que faz com que o mundo todo enlouqueça com os preços imbatíveis destes seus produtos. O encontro desta semana pretende abrir mais o mercado chinês aos produtos industrializados brasileiros (o que soa uma grande utopia). Hoje pela manhã, Dilma tocou no assunto, afirmando não ser justa uma relação comercial onde um dos lados possui vantagens indevidas.   

Já no primeiro dia (11/04) a China anunciou a abertura de seu mercado à carne suína do Brasil. Há cinco meses o governo chinês fez inspeções em 13 frigoríficos brasileiros, dos quais, 3 foram considerados aptos à exportação de carne suína para a China, até o momento, mas a expectativa é de que mais frigoríficos se adaptem às exigências para entrar nesse mercado.

Na área de tecnologia, duas importantes declarações foram anunciadas:
1º) Anúncio do investimento de US$ 300 milhões que será realizado pela companhia de telefonia e internet Huawei, a maior empresa da China neste segmento, para a construção de um centro de pesquisa e tecnologia, em Campinas.
2º) Instalação de uma unidade fabril da Foxconn, no Brasil, com um investimento de US$ 12 bilhões, aproveitando os benefícios fiscais que o governo pretende conceder ao setor. A montadora chinesa de produtos eletrônicos Foxcoon fabrica produtos para a Apple e outras grandes companias do setor. O investimento de US$ 12 bilhões será realizada durante seis anos, mas já se pretende começar a produzir o iPad a partir de novembro de 2011. A Apple estaria interessada em instalar a fábrica no Brasil antes que a Positivo lançasse um produto equivalente, tomando o mercado. A Foxcoon já possui 3 fábricas no Brasil, em Jundiaí, Indaiatuba e Manaus.

Outro ponto conflitante e que teve um avanço significativo foi a permissão de a brasileira Embraer, com uma unidade fabril instalada em Harbin (China) passar a construir o jato executivo Legacy 600 naquela unidade. Até então, só era permitida a construção do ERJ-145, uma aeronave comercial de 50 lugares, cuja demanda decaiu nos últimos anos.

Hoje, terça-feira (12/04), Dilma está se reunindo com o presidente Hu Jintao e participará de dois encontros, das áreas de ciência, tecnologia, inovação e comercial/empresarial. Como o tema Direitos Humanos na China é o mais delicado, o Itamaraty orientou a presidente a se manter em temas de caráter econômico. Os dois presidentes já assinaram acordos de cooperação nas áreas de política, defesa, ciência, tecnologia, recursos hídricos, inspeção e quarentena, esporte, educação, agricultura, energia, energia elétrica, telecomunicações e aeronáutica.

Em termos políticos, o Brasil se comprometeu a tratar sobre a questão do reconhecimento da China como economia de mercado. Desde 2004, o governo brasileiro o reconhece, mas ainda não formalmente. Uma outra questão de extremo interesse para o Brasil foi tocada, que se trata da presença permanente do Brasil no Conselho de Segurança da ONU. Do grupo dos BRIC, a China e a Rússia já ocupam 2 das 5 cadeiras permanentes atuais. Desde o governo Lula, há um interesse declarado do Brasil de uma reforma na ONU e inserção do Brasil como um membro permanente e o governo chinês declarou, hoje, apoiar esta aspiração brasileira, mas ainda em termos subjetivos.

Ainda nesta semana, na próxima quinta-feira (14/04), ocorrerá um outro encontro de extrema importância, em Sanya, também na China, com os líderes que compõem o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), durante a III Cúpula do BRICS. A Cúpula deste ano marca o ingresso da África do Sul no grupo, ampliando a representatividade e a extensão territorial do grupo, em um momento em que se discute a reforma do sistema financeiro internacional e uma maior democratização da governabilidade global.

Fontes:
www.g1.globo.com
www.revistaepoca.globo.com
www.veja.abril.com.br
www.oglobo.oglobo.com
www.economia.estadao.com.br
www.itamaraty.gov.br

Abçs,

Cátia Ereno

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Keynes


Muitos talvez não conheçam o Sr. John Maynard Keynes. Keynes é o autor da frase que consta junto ao título do blog: "A mais importante agenda do Estado não está relacionada às atividades que os indivíduos particularmente já realizam, mas às funções que estão fora do âmbito individual, àquelas decisões que ninguém adota se o Estado não o faz."

E, por que enfatizar, justamente, um pensamento deste senhor? Bem, particularmente, acredito ser este um dos seres humanos mais interessantes de nossa história e foi, devido às suas idéias, que os governantes que estavam no poder durante as crises de 1929 e 2008 (crises com características muito semelhantes), tomaram uma atitude eficaz para reerguerem seus países.

John Maynard Keynes é um britânico, nascido em Cambridge, filho de John Neville Keynes (secretário da Universidade de Cambridge e tem por obra Escopo e Método de Economia Política) e cuja mãe era prefeita de Cambridge. Keynes viveu entre 1883 e 1946, portanto, também viveu 3 importantes períodos da história: 1ª Guerra Mundial, Crise de 1929 e 2ª Guerra Mundial, em ordem cronológica. À época do seu falecimento, em 1946, recém finda a 2ª Guerra Mundial, Keynes era reconhecido como o economista líder mundial.

Estes períodos de guerra, entre-guerra e crise econômica não podem ser desprezados na análise deste pensador, pois, foi nestas oportunidades que o Sr. Keynes teve contato direto com a interrupção das relações de comércio, inflação, instabilidade da taxa de câmbio, desequilíbrio do balanço de pagamentos, deflação, desemprego, tudo isso em escala mundial.

As duas crises serão comentadas em outros artigos, para mantermos o foco deste, mas para entender melhor a intervenção do governo com a aplicação da teoria keynesiana, vamos a algumas intersecções entre ambas:

Crise de 1929 – Ápice do liberalismo clássico, com a auto-regulação do mercado. O Estado não interferiria nas questões econômicas e o mercado se auto-conduziria, sem intervenção estatal. Havia uma forte especulação financeira em relação à produção industrial, mas o mercado de consumo não era forte, pois não lhe era repassado os ganhos, via aumento de salários e a Europa estava ainda arrasada pela 1ª Guerra (1914-1918). Grande oferta e pouca demanda. Muita produção e pouca venda.

Crise de 2008 – Iniciado na década de 1980, o liberalismo retorna ao cenário mundial, agora como neo-liberalismo, com forte abertura de mercado, agora favorecido pela globalização e pactos comerciais. No final da década de 1990, há o boom do mercado de alta tecnologia (biotecnologia, nanotecnologia, informática, telecomunicações, etc). Novamente, muita especulação sobre ganhos astronômicos com este mercado. Estouro da bolha do setor de alta tecnologia. Em 2001, acontecem os ataques em Nova York, com mais um abalo. Aumento do déficit público com o gasto nas guerras do Afeganistão e Iraque. O FED baixa a taxa de juros a 1% ao ano. Com crédito barato, as pessoas consomem mais.  Os bancos passam a emprestar dinheiro para o mercado sub-prime, que paga juros maiores, por não ter vínculo empregatício e histórico de bons pagamentos. Há a inadimplência. Imóveis são retomados. Com grande oferta de imóveis, os preços baixam e os bancos perdem muito dinheiro. Quebram muitasas imobiliárias e muitos bancos.

Aí, entra o keynesianismo.

Tanto o presidente Roosevelt eleito em 1932, quanto o presidente Obama, eleito em 2008, ambos democratas que substituem um republicano, têm o desafio de reerguer a economia. As atitudes que ambos tomaram retomam as idéias de Keynes, que defende a intervenção do Estado sobre a economia, de forma pontual e estratégica como um regulador da economia e com uma atitude positiva, aumentando o gasto público de investimento quando a economia exige, não há que se falar em aumento do gasto público de custeio, que não teria o impacto desejado.

Roosevelt e sua equipe econômica adotam um New Deal, que inclui atitudes keynesianas:
  • Controle governamental dos preços de diversos produtos industriais e agrícolas;
  • Concessão governamental dos preços de diversos produtos industriais e agrícolas;
  • Realização de um grande programa de obras públicas;
  • Criação do seguro-desemprego;
  • Recuperação industrial;
  • Controle de emissão de valores monetário.
     O presidente Obama e sua equipe econômica adotam o neo-keynesiamo, com atitudes bastante parecidas com relação ao aumento dos gastos públicos e o controle financeiro. E, também, para quem prestou atenção no Brasil, a equipe do presidente Lula também agiu de forma similar, aumentando o gasto governamental neste momento de crise.

    Keynes, portanto, nunca defendeu a estatização da economia, como acontece em um regime comunista. Keynes defendia a participação ativa do Estado em investimentos que lhe dizem respeito e que não são desenvolvidos pela iniciativa privada. Não se trata, portanto, de uma competição entre o Estado e a iniciativa privada, mas de uma complementação ao mercado. Com o tempo e com essas duas experiências, ficou claro que a presença do governo é indispensável na regulação dos processos econômicos e, aos poucos, isso levou a economia de volta aos trilhos.

    Ainda há muito o que falar e aprofundar sobre o Sr. Keynes e sua teoria, mas estas são cenas para os próximos capítulos... J

    Fontes:
    http://dinheirama.com/
    http://pt.wikipedia.org/wiki/

    Abçs,

    Cátia Ereno

    terça-feira, 5 de abril de 2011

    O crescimento do PIB brasileiro e o início do blog



    O título deste artigo tem sentido, pois a idéia da criação do blog surgiu quando, no início de março, encontrei uma informação atualizada sobre o ranking das maiores economias mundiais e gostaria de poder dividir, mas não havia um meio para fazê-lo.

    Bem, vamos à informação... rs.

    No ano passado (2010), a economia do Brasil fechou com um crescimento de 7,5%, segundo o IBGE, um percentual extremamente significativo, especialmente pelo fato de o mundo todo estar se reerguendo após a crise mundial de 2008, crise esta que fez com que o Brasil tivesse uma retração de 0,6% em 2009.

    Com a crise de 2008, todo o cenário internacional sofreu conseqüências e algumas mudanças significativas estão se mostrando, o que se pode notar no ranking das 10 maiores economias do mundo.

    A China passou o Japão e é, hoje, a segunda maior economia do mundo. Já o Brasil, está na oitava colocação, bem próximo da Itália, em sétimo e com uma diferença significativa do Canadá, em nono.

    Esses dados, no entanto, informam, basicamente, a riqueza de uma ótica global, sem considerar outros fatores tanto ou mais importantes, quanto o PIB per capita, que é um dos indicadores que consideram o nível de qualidade de vida e poder de consumo do seu povo. Pode-se constatar que, mesmo sendo a segunda maior economia do mundo, a renda per capita de um chinês é de US$ 4.520, muito díspar da renda de um estadunidense ou japonês, que se encontra acima de US$ 40.000.

    Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), os dados atuais sobre PIB e PIB per capita são os seguintes:

    Posição
    País
    PIB 2010 (em milhões de US$)
    PIB per capita 2010 (mil US$)
    ---
    Mundo
    61.963.429
    ---
    ---
    União Européia
    16.106.896
    ---
    1
    Estados Unidos
    14.624.184
    47.132
    2
    China
    5.745.133
    4.520
    3
    Japão
    5.390.897
    42.325
    4
    Alemanha
    3.305.898
    40.512
    5
    França
    2.555.439
    40.591
    6
    Reino Unido
    2.258.565
    36.298
    7
    Itália
    2.036.687
    33.828
    8
    Brasil
    2.023.528
    10.471
    9
    Canadá
    1.563.664
    45.888
    10
    Rússia
    1.476.912
    10.521

    Acho que a reflexão que fica é a análise sobre o reflexo deste crescimento no nosso país e o seu impacto sobre a qualidade de vida do brasileiro. Estamos vivendo um momento de apogeu econômico, que deseja-se ser sustentável para gerar um crescimento, não desigual, mas efetivo em todas as classes e que venha acompanhado de uma elevação na qualidade de vida e no desenvolvimento humano.

    Fontes:
    en.wikipedia.org
    www.imf.org
    www.oglobo.globo.com/economia

    Abçs,

    Cátia Ereno