quinta-feira, 14 de abril de 2011

Hoje, BRIC se torna BRICS


Vivenciamos, hoje, um dia histórico, especialmente, para a África do Sul. A partir de hoje, 14/04/2011, a África do Sul passa a integrar o grupo dos BRIC, agora chamado BRICS (Brasil - Rússia - Índia - China  - África do Sul). O termo BRIC foi criado, em 2001, pelo banco de investimento Goldman Sachs, referindo-se às quatro maiores economias emergentes. O grupo conta, hoje, com mais de 40% da população e representa 18% do PIB, em nível mundial.

O ingresso da África do Sul foi anunciado durante a III Cúpula do BRIC, onde estão presentes as lideranças do Poder Executivo de cada país integrante do grupo, na cidade de Sanya, China. Com a chegada da África do Sul, o grupo se expande geograficamente e politicamente, ganhando mais força, especialmente junto ao Conselho de Segurança da ONU, onde os cinco são membros rotativos.

A África do Sul é um país que vive, basicamente, de suas exportações e cujas principais indústrias e produtos são: a mineração, montagem de automóveis, metalurgia, máquinas têxteis, ferro, aço, fertilizantes, alimentos, produtos químicos e reparo de navios. No continente africano, o país é o principal pólo de desenvolvimento. No entanto, graves problemas ainda permanecem vivos no país, como, por exemplo, a taxa de desemprego, que se encontra, há anos, acima dos 20% e a permanência, ainda que não declarada, de um informal separatismo racial.

Principais assuntos debatidos no encontro:

1) Reforma financeira e monetária - A crise financeira internacional expôs a deficiência das atuais políticas monetárias e financeiras predominantes. Os BRICS defendem uma maior participação das economias emergentes no FMI e no Banco Mundial. Enquanto isso, eles firmaram, hoje, linhas de crédito mútuas entre os seus Bancos de Desenvolvimento, e em suas moedas locais, não em dólar.

2) Reforma na ONU - Com relação à ONU, especialmente, quando ao Conselho de Segurança, os 5 países que compõem o BRICS fazem parte do mesmo, como membros rotativos. Todos estes países insistem para a reforma da ONU, assinalando que não é mais possível continuar com o gerenciamento de questões importantes para o mundo agora no século XXI, tendo como base uma formatação definida há mais de 60 anos, no pós-guerra.

3) Controle dos preços das commodities – A iniciativa de colocar este tema na reunião foi da China, que é a maior importadora de produtos primários do mundo. O Brasil se opõe frontalmente a este controle, por ser um dos maiores exportadores deste tipo de produto. Esse tema será ainda tratado na próxima semana, em reunião do G-20.

4) Conflitos internacionais – O grupo é contrário ao uso de força na solução dos atuais conflitos existentes no Oriente Médio e Norte e Oeste da África. Assim como em outras situações, Hu Jintao defendeu que os assuntos internos de um país devem ser tratados por ele próprio e que os assuntos internacionais devem ser debatidos coletivamente, considerando a posição de todos. Isso se demonstrou nos ataques à Líbia, quando todos os países do BRIC se abstiveram na votação que deram início aos ataques.

Obs: Quem quiser aprofundar-se sobre o assunto, pode verificar a íntegra do documento “Declaração de Sanya”, resultante da reunião de hoje, no link: http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/notas-a-imprensa/declaracao-de-sanya-2013-reuniao-de-lideres-do-brics-sanya-china-14-de-abril-de-2011

Fontes:
www.jornaldenegocios.pt
www.folha.uol.com.br
www.dci.com.br
www.oglobo.globo.com
www.estadao.com.br

Abçs,
Cátia Ereno

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