quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Uma outra perspectiva sobre a competitividade


* Hoje estava planejando escrever um novo artigo, pois já há um tempo que não atualizo o blog. Fiquei pensando no assunto: redução da taxa Selic nesta semana ou a dúvida que paira no ar sobre a autonomia do Banco Central em relação ao Governo ou... Bem, eu estava buscando um assunto e foi o assunto que me encontrou. Às 18:10h de hoje fui informada de uma palestra em um centro de eventos em frente à minha casa, que seria às 18:30h. E, assim, o assunto me encontrou.
Peço desculpas pela demora em escrever. Poderia culpar o tempo e realmente o meu tempo está quase totalmente focado. Espero que possa manter uma regularidade mais eficaz. :-) Vamos ao “assunto”...
Obs: Hoje, vou me permitir usar a primeira pessoa. Vou tentar não fazer isso com freqüência. :-)
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18:30h, ou, como não poderia deixar de ser no nosso país, 19:10h...
O palestrante foi o professor Ivan Carlos Polidoro, que já lecionou na Universidade de Caxias do Sul e hoje trabalha exclusivamente com consultoria empresarial.
Palestra: Mercado em transformação: ou planeja, ou desaparece.
Algo que toda pessoa que teve algum contato com o curso de Administração conhece são os 4 Ps do Marketing:
Sobre eles incidem ambientes externos, como o Competitivo, o Legal, o Econômico, Sociocultural, Político, etc.
Muitas vezes, pela falta de parar e refletir com profundidade sobre cada um desses pontos internos e externos, o sucesso de uma empresa pode ficar fora do controle de seus diretores e administradores de uma forma mais efetiva do que se imagina.
Dentre os exemplos citados, um dentre eles achei muito interessante, não pela novidade, mas pelo outro ponto de vista sobre a mesma situação (como é bom ter uma outra visão e poder enxergar novas “paisagens” com estes outros olhos!).
Enfim, no ponto Ambiente Externo Competitivo, o que sabemos de forma superficial é que produtos iguais ou similares sofrem uma grande pressão no mercado, pressões estas sobre a qualidade, o preço, acesso, agressividade nas vendas, etc. Isso é um tanto quanto básico e toda empresa tomadora que disputa o mercado de um mesmo produto vive sob essas pressões. As operadoras de telefonia móvel, por exemplo.
Porém, algo que não é tão claro em um primeiro momento, mas que faz todo o sentido, é que a concorrência não se restringe a um produto ou a um mercado fechado. Já não é de hoje que a competitividade também expandiu suas fronteiras. Gramado sofre com a concorrente temporada de inverno na Argentina, ou quando os pacotes turísticos para estações de esqui nos EUA estão em oferta ou mesmo com qualquer outro destino no mundo de mesma faixa de valor.
A diferença que eu pude ver com os olhos do professor Ivan é de que não só produtos similares competem entre si.
Exemplos:
1) Quem “matou” o relógio?
O celular.
Qual a relação direta entre relógio e celular? A princípio, nenhuma. Relógio mostra as horas. Celular é um telefone. Mas o fato é que o celular matou o relógio! Eu usei relógio até a minha adolescência. Usá-lo novamente nem passa pela minha mente, hoje.
2) Em um aniversário, posso escolher dar um livro ou uma deliciosa caixa de chocolates.
Qual a relação direta entre livro e chocolate? Nenhuma. Livro se lê. Chocolate se come. Um é perecível, o outro, não. Porém, nesse momento, eles concorrem diretamente.
3) Quando o filho do professor completou 18 anos, ele ficou em dúvida entre lhe dar um carro ou uma previdência privada. Há concorrência direta entre um carro, que é um consumo imediato e uma previdência que é para uso em 30 anos? Sim e não. Depende.
Essa é uma interpretação interessante e precisamos considerá-la.
Neste mercado cheio de produtos e serviços, sempre que uma pessoa opta entre duas ou mais possibilidades, incorre em um custo de oportunidade e este custo de oportunidade é infinito dentro de uma mesma faixa de valor (valor no sentido de preço).
O que podemos adquirir de R$ 0 a R$ 100,00? E de R$ 100,00 a R$ 1.000,00? E de R$ 1.000,00 a R$ 50.000,00?
A resposta em termos de oferta é: infinito, incalculável. A oferta de produtos, o desejo ou a necessidade de consumo: infinitos, incalculáveis. Finita, nesta perspectiva, é só a capacidade dos recursos, de quem produz e de quem consome.
O professor citou muitas vezes pensamentos de Peter Drucker e é com uma reflexão dele que encerro estes comentários.
“Na ‘Nova Economia’ o conhecimento é fator essencial do processo de produção e geração de riqueza. O fator de produção decisivo não é mais nem o capital, nem o trabalho. O conhecimento é o novo fator de produção.”
- Peter Drucker -

Abçs,

Cátia Ereno